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    terça-feira, outubro 17, 2006

    - A morte de Branca de Neve
    Cid de Oliveira - Astrólogo

    A palavra morte deve ser compreendida neste caso no seu sentido mais geral, segundo o qual pode-se dizer que toda a mudança de estado, qualquer que seja, é ao mesmo tempo uma morte em relação a um estado antecedente e um nascimento em relação ao estado seguinte. A iniciação é geralmente descrita como um segundo nascimento que implica, logicamente, na morte para o mundo profano. É bom lembrar que toda mudança de estado deve se passar nas trevas, no escuro, o que explica o simbolismo da cor negra quando relacionada a esse assunto. O candidato à iniciação deve passar pela obscuridade completa antes de alcançar a verdadeira luz. É nesta fase de obscuridade que se dá a chamada "descida aos infernos", que é uma espécie de recapitulação dos estados antecedentes, através da qual as possibilidades relacionadas ao estado profano serão definitivamente esgotadas, afim de que o ser possa, daí por diante, desenvolver livremente as possibilidades de ordem superior que ele carrega consigo e cuja realização pertence propriamente ao domínio iniciático. No nosso conto, Branca da Neve "morre" ou muda de estado, depois que come uma maçã. Come? Não. Ela se engasga. Os anões conseguem ressuscitar Branca de Neve por duas vezes, mas não são competentes para fazê-lo quando se trata da maçã porque, como explicaremos em seguida, ela representa, não uma provação de ordem corporal, e sim uma do domínio da inteligência, pois que é o fruto símbolo do conhecimento.
    posted by iSygrun Woelundr @ 7:02 da tarde   0 comments
    Chapeuzinho Vermelho.
    quarta-feira, outubro 11, 2006

    A estória do Chapeuzinho Vermelho tem muitas versões.”A imagem de uma menina “inocente” e encantadora sendo engolida por um lobo deixa uma marca indelével na mente.”
    A versão mais popular deste conto é a assinada pelos Irmãos Grimm, Chapeuzinho e a vovó voltam a viver e o lobo sai castigado exemplarmente.

    Perrault foi quem escreveu a primeira versão deste conto:”Capinha Vermelha”.O especialista em contos infantis mais abalisado,Andrew Lang, opina que se todas as versões de Chapeuzinho Vermelho terminassem como a versão de Perrault terminou,seria melhor que as abandonássemos.Foi com os Irmãos Grimm que este conto teve a sua salvação e se transformou no conto de fadas mais divulgado dentre todos eles.A estória de Perrault possui um adendo que é desconhecido das outras versões.Um pequeno poema se segue após a avó e a neta terem sido devoradas pelo lobo e este poema tem uma MORAL a ser guardada : meninas bonitinhas não devem conversar com quem não conhecem,se o fazem , não é de se admirar que sejam “devoradas”.

    Quanto ao comportamento dos “lobos”, os mais gentis são os mais perigosos, principalmente os que acompanham as menininhas até ás suas casas. Perrault gostava de colocar MORAL em todos os seus contos .A estória de Chapeuzinho Vermelho , foi baseada em uma estória muito antiga que chega ao MITO DE CRONOS, que devorava os seus filhos que depois saiam da sua barriga colocando nela, em seus lugares, montes de pedras.

    A versão de Perrault contém falhas, Chapeuzinho não foi advertida por ninguém para não perder o seu tempo conversando com estranhos encontrados no seu caminho.A vovó também, coitada, não havia cometido falta alguma que merecesse o castigo de ter morte tão cruel.A versão de Perrault, enfim, não deixa margem para que a imaginação do leitor entre em campo para dar um significado pessoal á estória.Perrault especifica todas as ações da trama não sobrando nada para o campo da imaginação entrar em ação.Contrariando o que o autor desejava, o que acontece é que o leitor chega a duas conclusões: ou Chapeuzinho é estúpida ou deseja ser seduzida e se finge de estúpida, a imagem de uma mulher decaída e cheia de truques!

    O valor dos contos infantis para a criança é destruído, quando o autor “mastiga” os detalhes os traduzindo para a mente infantil lhe poupando o trabalho de fazer uso da sua imaginação.Há especialistas que pedem , inclusive, que as estórias redigidas para o publico infantil não sejam ilustradas, as ilustrações “cortam “, limitam a imaginação e a criatividade da criança.Os bons contos de fadas têm significados em muitos níveis; só a criança pode saber quais os significados importantes para elas.Á medida que vai crescendo ,relendo os contos, ela irá descobrir novos significados o que lhe dará a certeza de que evoluiu e amadureceu em compreensão,já que a mesma estória lhe mostra agora outros aspectos que não havia considerado anteriormente.Assim, os contos atingem a sua missão: a criança é quem irá descobrir,por si mesma, os significados ocultos nos textos.

    A IDEIA MESTRA DO CONTO CHAPEUZINHO VERMELHO

    “A idéia de que Chapeuzinho lida com a ambivalência infantil entre viver pelo princípio do prazer ou pelo da realidade é sustentada pelo fato dela só parar para colher flores “quando já juntara tantas que não podia mais carrega-las”.A vovó só é recordada quando o prazer de colher flores termina, aí, Chapeuzinho se lembra da sua meta: a avó e fazer-lhe uma visita,isto é só quando colher flores e o prazer que isto lhe traz termina, o id em busca de prazer recua e Chapeuzinho passa a tomar conhecimento das suas obrigações.”Chapeuzinho é na realidade uma criança que já luta com problemas pubertais, para os quais ainda não está preparada emocionalmente pois ainda não dominou os problemas edípicos.”

    Chapeuzinho, porém é mais madura do que João e Maria,demonstrando uma atitude interrogativa diante do mundo que os dois irmãos desconhecem, por não se questionarem sobre a casa de biscoitos,nem explorarem as intenções da bruxa.Chapeuzinho é curiosa, deseja descobrir coisas ( sua mãe já advertiu , de início, que não fique espionando pelos quatro cantos).Quando ela encontra a vovó que lhe parece “muito estranha” , a menina se confunde com os disfarces usados pelo lobo, mas ela não se intimida e quer entender o que está se passando e passa a interrogar a “vovó”:porque estas orelhas tão grandes? Porque estes olhos tão grandes? Porque as mãos tão grandes, porque a boca terrível, ela está enumerando os quatro sentidos, audição,visão ,tato, paladar “ que a criança púbere usa para compreender o mundo. A quantidade de aspectos que este conto oferece é impossível de ser resumida neste pequeno ensaio portanto iremos colocar em evidência as suas mensagens principais.

    O TEMA CENTRAL

    O tema central da estória é a ameaça de Chapeuzinho ser devorada.”Chapeuzinho Vermelho aborda alguns problemas cruciais que a menina em idade escolar tem de solucionar quando as ligações edípicas persistem no inconsciente , o que pode leva-la a expor-se perigosamente a possíveis seduções.”

    A casa da floresta é o símbolo do lar paterno,que são vivenciados de modo diferente devido a mudanças na situação psicológica.

    Na sua casa paterna, Chapeuzinho tem a proteção dos seus pais,é a criança pré-pubere sem conflito algum e capaz de lidar com as circunstâncias.Na casa da vovó, também oferecendo segurança, Chapeuzinho sente insegurança e incapacidade de resolver as situações em conseqüência do seu encontro com o lobo.Já ultrapassada a ansiedade oral , . que encontramos claramente no conto “JOÃO E MARIA” ( comer a casa de biscoitos , representação simbólica da mãe má que os abandonou ou os forçou a abandonar o seu lar) Chapeuzinho oferece alimentação á sua avó, compartilhando com ela a fartura que encontra no seu lar.

    Chapeuzinho já pode abandonar o seu lar sem ser empurrada para fora dele ( João E Maria) ,ela não teme o mundo externo e o admira reconhecendo a sua beleza.... aí encontra-se o perigo ! Pode surgir aí o dilema de o mundo fora do lar e do dever se tornar mais atraente, Chapeuzinho correria o risco de basear o seu comportamento no princípio do prazer.

    Esta luta, entre o princípio da realidade e o do prazer está oculta nas seduções contidas nas palavras do lobo :” Veja como são lindas as flores ao seu redor.Por que não dá uma olhada? Acho que nunca parou para escutar o canto dos pássaros....aqui na floresta tudo ´e prazer e você está caminhando atenta como quando vai á escola....etc”

    Surge ai o conflito entre realizar o que gostamos e o que devemos, de conformidade com a advertência feita, anteriormente, pela mãe de Chapeuzinho .

    A fama e a aceitação deste conto vem do fato de que apesar de Chapeuzinho ser uma menina virtuosa ela sofre as tentações e o que lhe acontece indica á criança que não podemos confiar nas intenções de todos, mesmo aqueles que julgamos bons e agradáveis ,isto nos sujeita a armadilhas perigosas.Se ,dentro de nós mesmos,não existisse uma parte de nós que aprecia o lobo mau ele não obteria poder algum sobre nós.Então é a hora de procurar o entendimento de si próprio e de saber o que é atraente para nós mesmos.Por mais atraente que seja sermos ingênuos,não podemos caminhar pela vida sendo ingênuos o tempo todo.

    EMOÇÕES VIOLENTAS E SEXUAIS

    A cor vermelha, símbolo das emoções violentas e do sexo, é a tônica que colore todo este conto.Segundo o genial psicanalista Grodeck,” o Chapeuzinho é o símbolo do prepúcio masculino uma transferência prematura da atração sexual”,que é acentuada pelo fato de a avó estar velha e doente, demais até para abrir a porta, acrescenta o psicólogo Bruno Bettelheim. Bettelheim prossegue: “A pessoa imatura, que ainda não está pronta para o sexo,mas é exposta a uma experiência que suscita fortes sentimentos sexuais,recais nas formas edípicas de lidar com ele.A pessoa só acredita então que possa vencer no sexo livrando-se dos competidores mais experientes-daí as instruções específicas que Chapeuzinho dá ao lobo para que este chegue á casa da avó. È como se estivesse dizendo; Deixe-me sozinha,vá ter com vovó que é uma mulher madura; ela será capaz de lidar com o que você representa, eu não sou.”

    Na variação dos Irmãos Grimm, uma solução: depois de uma experiência ruim, Chapeuzinho se convence de que ainda é imatura e deve estabelecer aliança com sua mãe ( avó)Tanto a coisa se passa assim, que é a avó, com a sua sabedoria que engendra o estratagema para castigar o lobo e é obedecida pela neta. Juntas, com facilidade dão um castigo exemplar ao lobo.Os Grimm especificam a seguinte questão: o lobo pensa, tenho que acabar primeiro com a avó (mãe) a figura protetora da menina.Depois eu a terei só para mim. Diz Djuna Barnes-“ As crianças sabem de algo que não podem explicar;gostam de Chapeuzinho Vermelho e o lobo na cama.”.

    “Chapeuzinho Vermelho , de forma simbólica projeta a menina nos perigos do conflito edípico durante a puberdade, e depois salva-a deles,para que ela possa amadurecer livre de conflitos.”

    Através de Chapeuzinho, a menina tende a entender a natureza contraditória do homem:tendências egoistas, associais, violentas e potencialmente destrutivas do id ( homem ). Mas também aprende as propensões altruístas ,sociais , reflexivas do ego ( o caçador) .

    Pergunta : então Chapeuzinho Vermelho é uma estória para meninas quase na puberdade? Não, mesmo uma criança de quatro anos se questiona , dentro dos seus limites e tira as suas conclusões corretas ouvindo a trama.

    O CAÇADOR

    È uma grande figura, muito atraente , tanto para os meninos quanto para as meninas. Ele é o salvador que salva os bons e castiga os maus.”Todas as crianças encontram dificuldades em obedecer ao princípio da realidade, e reconhecem facilmente nas figuras opostas do lobo e do caçador, o conflito entre o id e os aspectos do superego da personalidade.”. O caçador, entretanto, é uma incógnita, de onde vem? É verdade que ele salva Chapeuzinho e a avó e...ponto final. Raciocinamos : onde esteve o pai da menina o tempo todo? O caçador lança a sugestão de que encarna o pai que esteve velado durante todo o desenrolar da estória.Aliás este pai esteve mesmo como “sujeito oculto” em todo o desenrolar da estória, como lobo,” a externalização dos perigos de sentimentos edípicos reprimidos, e como caçador na sua função resgatadora e protetora “.

    “Chapeuzinho Vermelho perdeu a sua inocência infantil quando se encontrou com os perigos do mundo e os de dentro dela e trocou-os pela sabedoria que só os que “renascem” possuem: os que não só dominam uma crise existencial, mas também tomam consciência de que era a sua própria natureza que os projetava na crise.”

    Fonte: A PSICANÁLISE DOS CONTOS DE FADAS
    AUTOR: BRUNO BETTELHEIM
    EDITORA: PAZ E TERRA
    posted by iSygrun Woelundr @ 11:31 da manhã   0 comments
    O GATO DE BOTAS
    sexta-feira, outubro 06, 2006

    Faz parte do que se poderia chamar de CONTOS DE FADAS, AMORAIS !

    O Gato De Botas é um trapaceador, mentiroso, que conquista benesses usando de malícia e de expedientes pouco recomendáveis.Um fanfarrão!

    "Os Contos De Fadas Amorais não mostram polarização ou justaposição de pessoas boas e más; por isto estas estórias amorais servem a um propósito inteiramente outro.Tais contos ou figuras típicas, como a do Gato,que banca o herói e consegue os seus fins com as trapaças que imagina, constroem o personagem não pela promoção de escolhas entre o bem e o mal, mas dando á criança a esperança de que mesmo o mais medíocre pode ter sucesso na vida."

    Quando a gente se sente muito insignificante, acredita na inutilidade de se tornar bom ou mau e a quase certeza de que tudo o que fizermos redundará em derrotas.Jamais chegaremos a ser alguém.

    A ênfase de contos como o Gato De Botas e do João que rouba os tesouros do gigante não é a moral.Eles foram criados para demonstrar que todos podem obter sucessos.

    Andar pela vida mantendo uma expectativa de derrotas, de que não podemos vencer as dificuldades que surgirem no nosso caminho é um problema existencial muito importante.Em grande parte da literatura infantil moderna os nossos impulsos internos geradores de conflitos são negados, então,eles não oferecem ajuda alguma ás crianças de como lidar com eles.As crianças podem se sentir solitárias, angustiadas e ansiosas,não conseguem exprimir estes sentimentos em palavras.
    Um pequenino viajando com os pais, ficou hospedado em um hotel de uma cidade do interior.O quarto e a sala eram pintados em cores fortes e agressivas,a própria mãe da criança estava se sentindo agoniada no local.A criança, afundada em uma poltrona, muito quietinha , observando tudo, de repente falou usando inclusive de mímica:"Mamãe, vamos embora daqui?Estas paredes têm a "cara" muito feia e estão fazendo caretas para mim."TÔ" com medo delas..."

    As crianças, incapazes de se exprimirem melhor quando se sentem angustiadas, apelam para o medo do escuro, de animais e de ansiedades a cerca dos seus próprios corpos.
    Os pais se tornam ansiosos também e varrem o problema para debaixo do tapete!

    A função dos contos de fadas é a de encarar estes dilemas com muita seriedade e de ataca-los de forma a mais direta:a necessidade de ser amado e o medo de não possuir valor algum; o amor pela vida e o medo da morte.Os contos de fadas oferecem ajuda ás crianças ensinado-lhes as formas de como solucionarem os seus problemas no próprio nível de compreensão dos infantes.

    Sempre terminam oferecendo sugestões como estas: "Viveram felizes para sempre" ou "Se eles não morreram ainda estão vivos".Apesar de não enganarem á criança,que sabe a respeito da possibilidade quanto á vida eterna, indicam um antídoto para este desejo de eternizar a vida, eles indicam que se pode construir uma ligação verdadeiramente satisfatória com outra pessoa.Se a pessoa realizou esta premissa, ela foi feliz alcançou o máximo em segurança emocional de existência e permanência de relação disponível para os seres humanos, e só isto pode dissipar o medo da morte:"Eles viveram felizes por um longo tempo,felizes e satisfeitos".
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:57 da tarde   0 comments
    O outro barato da cânabis

    Defensores da maconha mostram aplicações na indústria e medicina

    Cláudio Fragata

    O Grande Livro da Cannabis
    Rowan Robinson
    Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro.
    (21) 240-0226
    136 págs. R$ 29

    A Cannabis sativa, nome científico do cânhamo, é bem mais do que um "grande barato". Popularmente conhecida como maconha, a planta é associada ao mundo das drogas e da ilegalidade. Mas há quem se dedique ao estudo do cânhamo como matéria-prima alternativa para a indústria e fonte de aplicações medicinais. Essas pessoas também pesquisam na História registros de quando a erva foi utilizada sem que se constituísse no problema social de agora.

    Em O Grande Livro da Cannabis, o ativista norte-americano Rowan Robinson, autor do Manifesto Hemp (em inglês, hemp significa cânhamo), conta que, até ser proscrita como "erva maldita", no início do século 20, a planta foi usada para fazer papel e tecidos. Hoje, existem algumas tentativas de reutilizá-la com essas finalidades. Na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália, dezenas de lojas comercializam roupas, sapatos, tênis, bonés, xampus e sabonetes produzidos com suas fibras. O maior lapso do livro talvez seja a avaliação superficial dos efeitos da droga sobre o cérebro, em que são desqualificados estudos sobre a substância.

    O advogado e ambientalista Rogério Rocco, estudioso do assunto e revisor técnico da obra, escreveu um capítulo adicional sobre a cânabis no Brasil. Sua pesquisa, entre outras curiosidades, mostra a rainha Carlota Joaquina como usuária habitual da erva. Na entrevista abaixo, Rocco conta um pouco da história dessa planta polêmica. Galileu: Como a cânabis chegou ao Brasil?

    Rogério Rocco: Chegou com os escravos africanos. Durante um bom tempo, ela esteve associada à cultura dos negros, assim como a capoeira e o candomblé. Algumas expressões que ultrapassaram gerações, como "fumo de Angola", registram uma das origens da planta, que se espalhou pela rota do tráfico negreiro. A partir do contato dos negros com os índios, muitas tribos adotam o seu uso, principalmente os teneteharas, no Maranhão. Até o início do século passado, a cânabis ainda era vinculada a classes sociais marginalizadas, em razão de sua origem. Alguns textos relacionam a cânabis à rebeldia dos negros contra a escravidão, associando essa rebeldia à vagabundagem e à malandragem de quem supostamente não gostava de trabalhar. Claro, eles não gostavam de trabalhar no sistema escravocrata dos brancos. Mas até hoje prevalece a relação da planta com a malandragem.

    Galileu: Muita gente vê a maconha apenas como droga. O que você acha disso?
    Rocco: Acho que as pessoas nunca deixarão de ver a maconha como droga, afinal, de acordo com a classificação oficial, é realmente uma droga, por alterar uma ou mais funções do sistema nervoso central. Como o é também uma aspirina, um antibiótico ou um cigarro comum. Mas há uma tendência de flexibilização dos conceitos e preconceitos com relação à cânabis. O fato é que essa planta tem inúmeras outras utilidades, que são economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. Vários são os produtos extraídos do caule, das folhas e sementes, tais como remédios, tecidos, óleo comestível, creme para a pele, entre outros. Como o deputado federal Fernando Gabeira diz no livro, ela poderá ocupar um lugar de destaque na economia desse novo milênio, tais são suas possibilidades.

    Galileu: Quais são essas possibilidades?
    Rocco: A cânabis já movimenta várias indústrias norte-americanas, principalmente na produção de tecidos. O clima brasileiro é adequado para o seu cultivo. Se somarmos os derivados comerciais da planta ao seu consumo recreativo, a viabilidade econômica é certa. Acredito que o consumo deve ser legalizado, pois a proibição vem gerando uma violência cada vez maior para toda a sociedade. Com a legalização, essa incidência será muito menor. Algumas matérias-primas altamente consumidas na atualidade, como a celulose, podem ser substituídas pela cânabis. As culturas atuais investem em eucaliptos para isso. Porém, o eucalipto destrói o solo, consumindo água e nutrientes, dificultando o cultivo de outras plantações. A cânabis é uma cultura anual e isso permite um manejo diversificado, sem esgotar o solo.

    Galileu: Você não acha um exagero dizer que a solução para o déficit da balança comercial brasileira é a exportação do cânhamo, como diz o livro?
    Rocco: Não posso afirmar que seja a solução, pois isso remeteria a uma análise conjuntural. Mas estou convicto de que o comércio do cânhamo pode representar uma grande indústria geradora de emprego e renda no campo, ainda mais se envolver a exportação.

    Galileu: Existem provas de que Carlota Joaquina era usuária da maconha?
    Rocco: Anthony Henman e Luiz Mott, no livro Diamba Sarabamba, afirmam que um dos primeiros registros oficiais do uso da cânabis no Brasil ocorreu por volta de 1830, e alude a um membro da corte portuguesa. O livro Escândalos de Carlota Joaquina, de Assis Cintra, revela que a rainha de Portugal sugeriu a seu criado, sentindo que a morte estava para chegar: "Traga-me aquele pacotinho de fibras de Diamba do Amazonas, com que despedi para o inferno tantos inimigos".

    Galileu: O uso industrial da cânabis passa pela sua descriminalização?
    Rocco: Seria preciso descriminalizar algumas condutas, caso fosse definida a legalização da indústria. Mas não há vínculo entre a regularização do uso industrial e a do uso recreativo. Tanto um quanto o outro podem ser implementados isoladamente.

    Galileu: Quais as possibilidades medicinais do cânhamo?
    Rocco: Há diversas aplicações medicinais para a cânabis, como em casos de glaucoma, como sedativo para os efeitos do câncer, para estimular o apetite de portadores do HIV, dentre outras possibilidades. Hoje, ela está proscrita, mas acredito que voltará a ter reconhecimento oficial.

    Galileu: Na sua opinião, qual a contribuição de "O Grande Livro da Cannabis"?
    Rocco: O livro é uma espécie de enciclopédia da planta. Contém informações técnicas e históricas, com muitas curiosidades e revelações. Tudo está bem ilustrado. Enfim, é um registro multidisciplinar da cânabis.
    posted by iSygrun Woelundr @ 11:37 da manhã   0 comments
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