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    quarta-feira, abril 12, 2006

    . Lucia Savana

    Esse texto terá como base de reflexão o seguinte questionamento: “Por que o estudo dos mitos para a compreensão dos arquétipos?”
    Arquétipos
    Cabe, primeiramente, algumas ressalvas teóricas – trazendo, assim, a idéia dos termos “mito” e “arquétipo” ao contexto da psicologia analítica. Quando se pensa em arquétipo, logo nos vem à mente Jung, porque foi através dele que esse conceito foi resgatado e integrado aos estudos psicológicos, juntamente ao conceito de inconsciente coletivo. Nada mais sensato do que utilizar suas próprias palavras para entender esse termo:
    “Os arquétipos não são apenas impregnações de experiências típicas, incessantemente repetidas, mas também se comportam empiricamente como forças ou tendências à repetição das mesmas experiências. Cada vez que um arquétipo aparece em sonho, na fantasia ou na vida, ele traz consigo uma ‘influência’ específica ou uma força que lhe confere um efeito numinoso e fascinante ou impele à ação.” (JUNG, 1942, § 109.)
    “Os arquétipos são como que órgãos da psique pré-racional. São sobretudo estruturas fundamentais características, sem conteúdo específico e herdadas desde os tempos mais remotos. O conteúdo específico só aparece na vida individual em que a experiência pessoal é vazada nessas formas.” (JUNG, 1935, § 845.)

    Pode-se entender que os arquétipos são espécies de respostas típicas a situações típicas, que têm como objetivo maior nos humanizar, querendo dizer com isso que “aprendemos o que é ser humano através dos arquétipos”.
    Os arquétipos são possibilidades que existem no inconsciente coletivo, potencialidades; não que ao nascer estejamos com tudo pronto, não é isso. O que existe é o potencial que será utilizado à medida que existirem as possibilidades.
    Mitos e mitologia
    Voltemo-nos agora ao termo “mito”. Sabe-se que, em nossa cultura, esse termo vem ganhando um sentido até mesmo pejorativo, tratando de expressar muitas vezes alguma mentira.
    É de Joseph Campbell uma das definições mais belas – quase poética - de mitologia: “A mitologia é a canção do universo – música que nós dançamos mesmo quando não somos capazes de reconhecer a melodia.” (p. 11.) “Mitos são aquilo que os seres humanos têm em comum; são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos.” (p. 5.) “São metáforas da potencialidade espiritual do ser humano, e os mesmos poderes que animam nossa vida animam a vida do mundo.” (p. 24.)

    A partir destas definições, vai se tornando evidente a relação entre mitos e arquétipos, pois os mitos nada mais são do que uma forma de expressão dos arquétipos, falando daquilo que é comum aos homens de todas as épocas, porque falam dos valores eternos da condição humana.
    Os mitos se referem sempre a realidades arquetípicas, isto é, a situações com que todo ser humano se depara ao longo de sua vida, decorrentes de sua condição humana. São situações padrões tais como o nascimento, o casamento, o envelhecimento, a morte, etc. Os mitos explicam, auxiliam e promovem as transformações psíquicas que se passam, tanto no nível individual como no coletivo de uma determinada cultura. (ULSON, 1995.)
    Somos seres singulares, sem dúvida. Contudo, temos heranças enquanto seres humanos; temos vivências e sentimentos comuns. Quando pensamos em mitos é sugerido que alguém também já tenha passado pelo caminho em que estamos passando, deixando-nos pistas de como poderemos prosseguir - não querendo isso dizer que o estudo da mitologia irá nos eximir de qualquer tipo de sofrimento ou desagrado, mas que poderemos encontrar um sentido, uma maneira de enfrentar e suportar os conflitos que nos cercam.
    Toda mitologia é, de alguma forma, uma tomada de consciência; é o poder ver através de outra perspectiva; é o ter um elemento com que nos identificar; é o encontrar de um valor.

    As histórias, que nos são contadas na infância, são maneiras de mostrar às crianças uma forma de aceitar e de enfrentar fatos que muitas vezes não se explicam, fases que não se quer ultrapassar. Estão aí as histórias do surgimento do mundo, de iniciação, etc.
    Cabe pensar que existem os mitos universais e os de cada cultura. Existem os contos de fadas para as crianças e as histórias para os mais velhos. Existem os mitos iguais para todas as épocas; e as novas roupagens, porque o que é arquetípico é o tema - e deste tema podem surgir variações.
    O Fausto, de Goethe
    Penso que será interessante evocar, neste momento, a idéia de pelo menos um mito. Gostaria de colocar uma idéia em especial, mesmo sem pretender nela me aprofundar. Penso num dos mitos do homem contemporâneo, que é símbolo da insatisfação e da impermanência. Falo do Fausto de Goethe.
    O maior sonho de Fausto é encontrar dentro de si uma correspondência harmônica com a natureza universal.
    Faço esta correlação porque percebo a universalidade do tema. Ao ler os jornais; ao escutar os pacientes em consultório; ao escutar, enfim, as pessoas e a mim mesma, percebo - de forma tão viva quanto ao ler Goethe - o quanto o homem vivencia esta espécie de insatisfação que o faz buscar um sentido, um valor (e, aí, penso nas conseqüências de nosso afastamento cultural da mitologia; penso que, na falta do sentido, tudo fica vil e o homem torna-se capaz das maiores atrocidades com o próximo e consigo mesmo).
    Fausto foi publicado de forma definitiva em 1806, mas sabe-se que já em 1770 Goethe decidiu escrever a sua versão da história, que traz o conteúdo arquetípico da insatisfação e busca através da obra literária.
    Na primeira parte, o nó da trama é o pacto de Fausto com Mefistófeles, pelo desejo de saber e pela sede de gozar.
    Na segunda parte, o nó é a aposta contratada entre o Senhor - que afirma que Fausto se salvará - e Mefistófeles - que espera degradar Fausto à condição de besta. Fausto é, na obra, o símbolo da humanidade - que erra enquanto age, mas que deve agir para atingir o ideal que ela mesma entreviu. Fausto é salvo porque jamais cessou de tender para um ideal. (HOUAISS, 1970.)
    Cito aqui alguns trechos da obra de Goethe que explicitam o tema:
    Mefistófeles: “De sol e de mundos nada sei dizer, vejo apenas como os homens se atormentam. O pequeno Deus do mundo [o homem] continua na mesma e está tão admirável assim como no primeiro dia. Um pouco melhor ele viveria, não lhe tivesses dado o brilho da luz celeste; ele chama isto razão e lança mão dela somente para ser mais animalesco do que cada animal.” (p. 13.)
    Fausto: “Temos necessidade justamente daquilo que não sabemos e sabemos aquilo que não sabemos utilizar.” (p. 38.)
    Fausto: “Sou velho demais para somente me divertir; moço demais, para ser sem desejos. Que pode o mundo bem proporcionar-me? A existência é um fardo.” (p. 52.)
    Fausto: “Eu nunca soube adaptar-me à sociedade. Diante dos outros sinto-me tão pequeno que serei eternamente um acanhado.” (p. 68.)

    Essas citações da obra nos tocam porque falam da gente, de como nos sentimos tantas vezes; e nos dão um apaziguamento na alma, pois falam do quanto é comum ao homem esse sentir – e, desta forma, nos ensinam sobre nós mesmos.
    É essa a função primeira do arquétipo e do mito: ensinar-nos sobre nós mesmos, sobre a condição humana, sobre o nosso processo de vida - os mitos expressando aquilo que nos é incognoscível, em si mesmo, nos arquétipos.
    “Além disso, não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. O labirinto é conhecido em toda a sua extensão. Temos apenas de seguir a trilha do herói; e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontramos um deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro da nossa própria existência. E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo.“ (Joseph Campbell)
    Referências bibliográficas
    CAMPBELL, Joseph & MOYERS, Bill. O poder do mito. 1990.
    BOECHAT, Walter. Mitos e arquétipos do homem contemporâneo. 1997.
    GOETHE. Fausto. 1806.
    JUNG, Carl Gustav. Comentários psicológicos ao Bardo Thodol. 1935.
    JUNG, Carl Gustav. O inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. 1942.
    posted by iSygrun Woelundr @ 7:51 da manhã  
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